Rafinha Bastos: “piada para mim é cocaína e eu sou o Fábio Assunção”

  • Por Jovem Pan
  • 21/07/2017 14h26
Reprodução/Instagram

Quando você pensa em Rafinha Bastos provavelmente se lembra imediatamente de uma série de polêmicas em que o humorista já se envolveu. E ele sabe disso. Em entrevista ao Pânico na Rádio nesta sexta-feira (21), o convidado disse que ser controverso nunca é sua intenção e que não quer ser reconhecido apenas pelas suas confusões. Mas ao mesmo tempo não escapou de mais uma. Ao explicar sua relação quase que compulsiva com a comédia, citou o ator Fábio Assunção, que tem lutado há alguns anos contra um vício em drogas.

“Não tenho problema em falar sobre nada. Quando um artista chega e todo mundo fica ‘ah, ele não fala sobre isso’ eu acho uma ‘calhordice’. Mas entendo. Ninguém quer ficar tachado só por algum problema. Só que é o problema que sai na imprensa. A culpa não é do público, a culpa é minha que respondo tudo (risos). Fico eternamente conhecido como ‘o cara que fala tudo’. Querem te colocar em uma caixinha e você fica refém do negócio. E eu também alimento! Faço piada até sobre processo judicial que já enfrentei  em meu show. Não consigo parar. Piada para mim é cocaína e eu sou o Fábio Assunção”, declarou.

Durante sua participação na bancada, Rafinha explicou com mais detalhes o que pensa sobre os limites existentes entre o humor e a agressão. De acordo com ele, ninguém deveria ser proibido de dizer absolutamente nada, seja em uma roda de amigos seja em uma rede social.

“Tenho uma maneira de pensar que não mudou mesmo com tudo o que já me aconteceu. Nós temos duas opções: ou você é livre ou cala a boca e para de trabalhar. Porque, se começar a pesar tudo, vai perder a graça. Nosso objetivo ao fazer brincadeira é um só: ganhar dinheiro e pagar as contas de casa. Não estou preocupado com o bem-estar da humanidade (risos). Humor não é agressão. A gente sempre pensa uns absurdos e ri. Não pode levar isso para frente? Acho um absurdo proibir alguém de falar qualquer coisa. Tudo deveria ser autorizado a falar para eu olhar um cara e dizer ‘você é racista e eu te odeio’. As pessoas têm que ser autorizadas a dizer o que quiserem”, afirmou.

Ainda sobre o assunto, aproveitou para elogiar os colegas de profissão Danilo Gentili e Monica Iozzi. O primeiro recentemente venceu uma disputa judicial contra a deputada Maria do Rosário (PT). A segunda decidiu não se retratar com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes após fazer declarações sobre ele.

“Passei pelas mesmas coisas na Bandeirantes. Me foi pedida uma retratação e não aceitei. Sou contra. Tenho o direito de errar. Fui agressivo e desnecessário com o Luciano Huck, por exemplo, e arquei com as consequências, pedi desculpa. Só me arrependo quando não faço humor, quando falo alguma coisa agressiva que ninguém ri. Aí falo ‘opa’. Quando nem estava na energia da comedia e percebo que estava só agredindo. Aí me sinto mal. Agora, se faço humor e a pessoa sente que fui agressivo, a pessoa que se vire com seus problemas”, disse. “Colocar as pessoas na Justiça faz parte do processo democrático, mas perder é criminoso. Calúnia e difamação são ferramentas utilizadas para calar a boca de humorista”, concluiu.

O convidado falou por fim sobre o recente término de seu casamento de 13 anos, o filme de que participou sobre a internet e uma nova série que vai estrear em dezembro no Multishow. Confira a íntegra no vídeo.

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